quinta-feira, 20 de março de 2008

Galeria da reflexão

Na galeria da reflexão filosófica encontrei uma caverna para alojar-me. A mesma que outros já o fizeram. Aprendi algo sobre amor, e suas retóricas. Tirei minhas conclusões, baseando-me em lógica, tomadas por silogismos.
A premissa principal era eu mesmo. A secundária tratava-se do "sentimento de amor". Descobri que afava apenas o que amava. E que o amor é aquilo que é bom, que causa o bem, que é prazeroso e extremo. Complexo de escrever. Muitos tentaram; ousaram criar formas de amar.
Na caverna onde estou alojado o amor se foi. Mas deixou suas formações; algo para refletir.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Prisão (lastimável)


Sinto uma vontade imensa
De continuar a ver você
Sei que estou errado – é o peso da sentença
Não mais poder te ver

Preso nas correntes do amor
Penso sempre na tua beleza
Não sei onde coloco tanta dor
Disso tenha certeza

No último dia em que falamos
Foi o julgamento para mim
Tristemente fui embora – choramos
Encontrei-me na prisão, era o fim

(2x)
Preso com o amor
Nas jaulas da saudade
Preso com o amor
Você é a minha liberdade

quinta-feira, 6 de março de 2008

Jangada

Venha buscar-me, ó jangada!
Descer os rios e passar os mais enredos
Entrar em uma correnteza - navegar
Aprender com a torrente seus segredos

Procure-me no cais
Onde a noite é sempre clara
Esperando, estarei lá, companheira da lua
Ó jandagada sempre rara

Passei a cantar as notas
Ouvindo a correnteza
Numa única inspiração
Tentar sentir sua leveza

Queria que tu viesse!
Cruzar nossos caminhos
Mostrar o meu destino
Para não viver sozinho...

Ó jangada sempre rara
Busque-me entre as águas
Ouça o meu encanto
Que lamenta em noites claras...

Ó jangada...

quarta-feira, 5 de março de 2008

Reflexão cotidiana (pela rua)

Só conhecemos o que perdemos se soubermos o que foi perdido?
Caso não saibamos o que se perdeu não saberemos se existiu, então não faz diferença (teoricamente não existiu de fato). Questões muito complexas posso dizer e me fazem refletir a todo instante sobre o que sabemos de fato sobre nossas vidas.
Quando notamos a perca, então notamos a necessidade. E quando não notamos tal perca então "aquilo" não era necessário.
Mas quem garante que sabemos "tudo" o que precisamos para notar algo que perdemos? E se por acaso perdemos coisas e não sabemos o que, por não entendermos a sua necessidade básica?
E se alguém se beneficia com o que deixamos de lado, simplesmente por ignorância, e assim produz algo ruim, muito ruim - que nos afete -, ou algo bom, mas que não nos beneficia como deveria ser essencialmente.
Bem, saber das coisas implica na ação de refletir, e isso os ignorantes não fazem.
"Os ignorantes" simplesmente não questionam, não sabem o que perdem nem o que necessitam. "Ações práticas de reflexão não seriam úteis, de modo prático" - pensam. Mas à eles tenho o seguinte pensamento: Valorização!
A noção de perpetualidade da sabedoria nunca esteve tão ativa como em nossa era, a da "onda do conhecimento" (Alvin Toffler), e se pensarmos em uma corrida de bastões, veremos que estamos cançados e bem a frente dos que passaram seus bastões inicialmente.
Saberemos que existem outras formas de se passar o "bastão" e que isso é perpétuo e contínuo.
Creio que esta "chance" (vida) deve ser aproveitada, como o máximo de sabedoria. Questionar tudo para chegar a verdade! A "verdade". Uma verdade não imposta, mas sim entendida naturalmente e necessária para quem reflete.
Na "corrida", competimos com que afinal? acho que com os "bastões".

domingo, 2 de março de 2008

As Doutrinas e a Ordem Social


Creio que uma pessoa realmente crítica, no sentido “aureliano” de interpretar (adj. 1. Relativo à crítica. 2. Diz-se daquele que tende a observar apenas os defeitos. 3. Difícil, penoso. 4. Perigoso. 5. Decisivo. S. m. 1. Pessoa que pratica a crítica. 2. Maldizente. [Dicionário Aurélio]), exceto pela última interpretação, fará julgamentos e indagações a respeito de tudo que a rodeia extrinsecamente de forma complexa. Por ventura, caso o nomeado crítico, seja lá de qual for o assunto referente à crítica, será sim interpretado pelo último significado – maldizente – de forma injusta, acredito. Agora saíremos do óbvio, até certo ponto para alguns, e vamos decorrer minha idéia para este texto crítico.
Bem, quando hoje me sentei em frente ao computador para escrever, estava com uma idéia muito bem definida do que e sobre o que iria textificar aos leitores – algo que em breve escreverei. Pois bem. Acabei mudando de idéia quando em minhas mãos lancei parte da enciclopédia Larrousse Cultural. É, aquela de capa vermelha e letras douradas, pesada e bem interessante, um pouco antiga (ed. 1995), e com conteúdo amplo sobre as histórias e estórias humanas universais que sempre destaco aos amigos. Peguei o volume 16 (MAN-MOD) e li rapidamente algo sobre Maquiavel (se não o sabem devem conhecê-lo! Leiam O Princípe.), sobre o Maracanã (ele ainda é o maior estádio do mundo? Realmente não sei. Preciso que alguém me diga.), e por fim ao meu destino: Milenarismo.
Para ser sincero, meu interesse não foi aleatório. Pelo contrário, tenho muito motivos para saber disso, e acredito que você também.
O Milenarismo foi uma doutrina cultivada por certos escritores cristãos dos séculos primários. Por onde se aclamava as profecias do Velho Testamento e do Apocalipse da Bíblia Sagrada. A finalidade destes escritores “milenaristas” por assim dizer, era a propagação da idéia de que um dia, após o Juizo Final, Jesus Cristo reapareceria na Terra para reinar por mil anos. Mas o grande fator aqui a variável influência: sabe-se que tal doutrina influenciara grandes denominações protestantes cristãs tais como, as Testemunhas de Jeová, os Adventistas do Sétimo Dia e os Mórmons.
Os milenaristas contestavam a ordem social e política que havia em sua época (desigual, pervertida, decadente, amoral e imoral, relevâncias familiares ainda a nós atualmente, não?), esperando uma liberdade que viria em forma de paraíso, trazido pelo retorno de uma figura divina e carismática (associada a Jesus Cristo essencialmente, como relatado acima).
Hoje, as mesmas características enfadonhas são encontradas na sociedade, não obstante, tais doutrinas não são mais cumpridas pela essência inicial. Muito pelo contrário. Vejo as doutrinas contemporâneas deixando de lado as questões sociais como um todo, cultivando somente a parte subjetiva-espiritual, retendo o poder religioso para dominação cultural.
Ouso até dizer que em muitos casos elas mesmas causam certa diferenciação de classes sociais. Não distingüindo-se muito da política má que supostamente os milenaristas combatiam nos séculos iniciais.
Por outro lado me indigno em saber que eles, os mileraristas, falharam de certa modo.
Ao meu ver, se suas idéias fossem realmente eficazes a ordem social teria mudado de fato (ao menos um pouco). Eu seria um hipócrita se seguisse estas teorias milenaristas, penso.
Você não se questiona sobre o verdadeiro papel social das doutrinas religiosas?
Não deseja que elas possam ser mais eficazes como linguagem social, já que retém grande poder cultural-político, além é claro do chamado poder espiritual?
Devemos esperar por um salvador ao invés de lutar por um “mundo real” melhor?
Bem, eu não esperarei, como os milenaristas fizeram. Farei alguma coisa que não segregue a população (é minha vontade), afinal estou vivo por hora e os milenaristas falharam em essência, e já morreram. Nesta sociedade você é tal cidadão como qualquer um! O poder na unidade ainda é válido. Pense e aja, seja lá qual for sua doutrina!