quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Tecnologia Digital e a Política

Não precisamos ser muito atentos às notícias diárias para sabermos o que ocorre na política do país atualmente: escândalos com painéis eletrônicos do senado, o famoso “mensalão”, saturação de cartões de crédito do governo – para citar alguns. O ponto relevante que proponho destacar aqui é o fator tecnologia em quanto meio de exposição destas informações. Cada escândalo deste se apresentou sempre acompanhado de aparatos tecnológicos como os já acima citados painéis eletrônicos, cartões de crédito e microcâmeras secretas no caso do mensalão. É bem comum, quando há apreensões efetuadas pela Polícia Federal, vermos HDs, notebooks e microcomputadores também.
É fácil entender o papel que a tecnologia digital tem em nossa política contemporânea e entender que ela ajuda a investigar nossos legisladores de forma mais efetiva, direta de certa forma.
Todas as transações financeiras geram relatórios que são armazenados em alguma “base de dados”, que posteriormente são utilizados para pesquisas investigativas se necessário; O processo também ocorre nas transações que o dinheiro público sofre, assim como qualquer transação específica do governo, ou da população.
O governo mostra algumas destas transações no agora famoso “portal da transparência” que apelidei mordazmente de “pseudo-relatório testemunhal”, onde o uso dos cartões de crédito do governo são mostrados por meio de listas de débitos, com informações mínimas – valor, razão social onde o débito fora efetuado etc. – a fim de elucidar a população dos gastos ocorridos.
Creio que tal meio de investigar é bem interessante quanto aos fatores rapidez e agilidade nas informações. Qualquer um que tenha um computador com internet pode fazer sua própria averiguação nestes dados. O que não concordo, e posso dizer com certeza que a população em geral também não, é o fato de estes dados serem limitados.
Sou um profissional da informática e sei perfeitamente os limites que existem em certas aplicações programacionais. Na programação de computadores muitos aplicativos são vorazmente fantásticos na utilidade. Transcendem a imaginação e lidam com números infindos de variáveis. Para exemplificar cito os aclamados aplicativos da Google, o Google Maps, Google Earth e Google Mars. Imaginem vocês quantas inconstantes existem nestes aplicativos extremamente complexos e quantas subjetividades são denotadas quanto a visão do programador. Seria necessária mais de uma página dessa para citar todas as variáveis que foram possivelmente utilizadas.
Partindo deste ponto de vista onde a tecnologia digital pode lidar com tantas variáveis quando for necessário, então podemos transportar esta tecnologia para nossa política se quisermos. Os aplicativos do tipo “pseudo-relatório testemunhal” deveriam ser mais esclarecedores, assim como o Google Maps é, deveria ser tão elucidativo quanto tal aplicativo. A tecnologia permite isso. Um fato!
Se tal possibilidade fosse empregada em todas as transações do governo poderíamos então “investigar” melhor as andanças do dinheiro público e assim também inibir logros, cada vez mais comuns atualmente. Cada cidadão seria um “detetive amador”, agindo por conta própria em nome da sociedade. A fiscalização seria mais efetiva e as fraudes mais incomuns. Uma possibilidade perfeita do país ser uma nação mais justa.
Mas a grande questão é: será que tal ferramenta seria de interesse para os políticos atuais? Será que isto é viável para os malfeitores dos bens públicos? Bem, minha opinião é NÃO, e a sua?
O que podemos fazer agora, enquando cidadãos é exigir este direito. Saber o que acontece com o que é nosso. Usar a tecnologia disponível a nosso favor. Fiscalizar sempre e exigir! Assim teremos certeza do destinatário e a Ordem e Progresso ocorrerá como previsto na filosofia proposta por Auguste Comte, o positivismo, que a Bandeira Nacional apresenta sempre. Pense!

3 comentários:

Edson Bueno de Camargo disse...

Por que se se acredita que existe uma classe social ou sub-grupo chamado "Políticos"? Não são estes senhores oriundos do "povo" e contaminados por suas aspirações e sonhos. As pessoas perpetuam a corrupção a todo momento, quando furam uma fila, quando estacionam na vaga de deficiente no supermercado, quando burlam inteligentemente o Imposto de Renda. o problema é mais complexo e profundo. E não esqueça que as correntes positivistas é que desembocaram no fascismo.

Unknown disse...

Uma verdade é que ser "político" é fazer uma escolha. Quando tão escolha é feita o, assim chamado, político deve estar preparado para fazer parte de uma nova classe social (infelizmente é assim que é).
Sim a culpa é de todos, mas como fazer com que parem? Fiscalização? posteriormente, punição? Ou apenas relevar os fatos e criar um novo sietema infalível como o capitalismo é - acho que não. A tecnologia digital poderia ajudar ao meu ver...

Unknown disse...

A cerca do fascismo nao achei muito nexo entre um tema e outro. Existe algo sobre o realismo socialista, mas sobre o fascismo em sí, na essência não há nada.

Obrigado pelo comentário.