sábado, 25 de maio de 2013

Ego e Livro

Hoje quando me sentei para escrever estava certo de que gostaria muito de escrever um texto sobre minhas habilidades. Porém, não achei apropriado escrever sobre algo tão fútil, apesar de poder fazer isso com muita facilidade devido a ansiedade que possuo quando imagino que alguém possa estar lendo e ainda interessar-se sobre o conteúdo dos meus escritos.

Mas este último argumento a favor da escrita egocêntrica revelou-me a remota lembrança do náufrago que, em um momento de puro desespero eu presumo, arremessa a garrafa contendo uma mensagem a fim de que alguém a encontre e por conseguinte venha assim salvá-lo: incomodou-me pensar sobre, já que, se for assim, segundo a metáfora, estarei representando o papel do desesperado (o náufrago). Quem deseja isso?

Sendo assim, posso eu versar sobre assuntos que são mais pertinentes ao meu ver, tal como um dos livros que estou lendo em meus raros momentos de tempo livre (ócio meditativo). O livro é “O que é Educação” de Carlos Rodrigues Brandão.

Este livro elenca as ótimas recomendações bibliográficas da disciplina Introdução aos Estudos em Educação da graduação em Licenciatura Plena em Ciências (UNIFESP) ao qual faço parte como discente.

A linguagem do volume é simplificada, possuindo poucos jargões, o que facilita a leitura e permite evitar consultas excessivas em outros materiais.

O autor projeta um excelente panorama histórico sobre os protótipos do que seria a educação, abrangendo desde a antiguidade greco-romana até “hoje”, levantando a discussão que argumenta sobre os objetos e métodos da Educação.

É um livro introdutório para quem está entrando no campo pedagógico, que contribuirá para a obtenção de uma excelente compreensão sobre as questões da Educação, por diferentes ângulos, e listará de forma geral os problemas teóricos e práticos que existem neste setor.

Deixo então minha recomendação positiva sobre este livro e desejo à você uma ótima leitura e reflexão.

domingo, 21 de abril de 2013

Documentário 'O Povo Brasileiro'

Os que me conhecem de perto sabem que tenho um costume muito peculiar que é o de assistir documentários sobre os mais variados assuntos: política, matemática, física, geografia, antropologia para citar alguns temas.

Muitas vezes estes documentários se tornam tão marcantes que faço o possível para compartilhar com o máximo de pessoas que consigo -  isso ocorre também com livros.

Um destes documentários é o "O Povo Brasileiro", baseado em uma obra homônima do antropólogo, educador e romancista Darcy Ribeiro (1922-1997).

O documentário exibe de forma clara e concisa as diversas matrizes que descendem as pessoas do Brasil contemporâneo, mostrando assim, com depoimentos de pesquisadores, líderes comunitários e do próprio Darcy Ribeiro essas vertentes originais.

Abaixo colocarei o link dos vídeos no YouTube para que possam assistir em 10 partes (aproximadamente 4h20m de vídeo).

sábado, 6 de abril de 2013

Ode


Sai para caminhar, fiz supostas amizades e assim fui apresentado ao mundo boêmio e das gargalhadas que disfarçam as tristezas profundas. Conclui que estão nestes bares as pessoas que precisam de ajuda (e eu não pude ajudá-las). Observo o quando posso esta juventude (na qual estou inserido) e buscando obter uma compreensão, fixo-me no comportamento padrão dos presentes. Torno-me então parceiro, companheiro, talvez ainda, um amigo – ou apenas um participante ou ator.

É provável, baseando em conversas informais, que todos estão lá apenas escalando a liberdade. Caminhando contra a onda das convenções sociais moralistas do nosso tempo – o século 21. Com o pouco de conhecimento de história que possuo, encontro a conclusão temporária de que vivemos em uma sociedade exigente moralmente, porém, esta sociedade possuindo um código de conduta rígido (e contraditório) de representação é ensaiada, teatralizada no dia a dia. É muito fácil mirar os problemas da falsa moral social: bastando apenas olharmos para o espelho e o reflexo.

A pergunta que emerge neste contexto poderá ser: qual a forma de organização social mais compatível e harmônica com os ideais de liberdade causando por consequência a atualização e o rompimento dos paradigmas da falsa moral?


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Este trabalho faz parte de uma série de textos que estou escrevendo enquanto ouço bandas de Black Metal.
Não se trata-se de uma tradução, mas apenas um exercício imaginativo livre.



sábado, 16 de março de 2013

The winds they called the dungeon shaker (Os ventos que chamaram a masmorra sacudidora)



Um velho nômade passava brevemente pela vila que tinha a fama de ser tremendamente silenciosa durante a noite. Era uma tradição local todos se manterem calados após o escurecer. Um amigo, também andarilho, contou a ele a tradição e agora constatava com seus próprios olhos que de fato ela existia e era respeitada. Não obstante, o nômade pensava nos motivos pelo qual aquele comportamento era adotado (ou assimilado). Cético, questionava a situação em pensamento e não ousava quebrar a “lei” por motivos de segurança, já que sua companhia vespertina daquele dia o alertou.

Era uma fria madrugada e ele estava com fome, pois já passara alguns dias desde a sua última refeição completa. Havia em sua bolsa água e alguns utensílios básicos. Ventava muito e o silêncio o perturbava: mesmo por volta das três horas da madrugada sempre havia os boêmios e lugares oferecendo serviços para quem quisesse se embriagar. Pensava ele a respeito.

 “Lei e ordem! Aff... Dúvido, deve ser alguma lenda absurda.“ – Resmungou em pensamento.

Mas de repente, quando estava distraído com as nuvens que passavam, ele foi surpreendido com um raro relâmpago que iluminou toda a cidade. Surgira então em sua face o espírito do tempo.

Assustado, correu para a direção oposta ao estranho – assim ele imaginou, pois ao correr para esquerda lá, de volta outra vez, estava o vulto humanoide em sua frente.

Indagou a si mesmo sobre quem seria aquele que lhe impedia de escapar e então ecoou este pensamento em sua boca para que a entidade respondesse. O medo da reposta o deixava nervoso: tremia, sentia seus batimentos cardíacos acelerados e estava ansioso. Mas queria a resposta.

O visitante ouviu sua indagação sem expressar reação e respondeu sem exitar: “sou o Espírito do Tempo.” E complementou: “Vim aqui para levar o que resta de você. A sua desconfiança e a sua falta de rumo. Farei com que alcance o que mais teme. Darei, por fim, a morte a você.”

Passado alguns poucos minutos o nômade expressou grande medo, mas se sentiu paralisado. Seu corpo não atendia aos seus comandos. Queria fugir dali, porém, algo estava impedindo-o de fazê-lo. Uma força que provinha do Espírito do Tempo.

Estava louco? Estava sonhando? Apenas era um homem? Queria ele perder vida. Aliás, queria entregar de uma vez por todas a sua vida.

“Quanto antes melhor. Foda-se o Espírito do Tempo.” - Disse. “Ele me faria um favor. Ahhhhhhhhhh!” (gritou como nunca)

Pena que tudo isso era apenas um reflexo de seu inconsciente. Um mundo imaginário que sua articulosa mente criou para lhe entreter enquanto estava bêbado e totalmente alucinado, deitado na calçada sobre sua própria êmese.

Haviam pessoas transitando. Era noite: via os pés dessas pessoas e as sombras artificiais criadas pela iluminação pública. Ouvia as vozes comentando sobre a sua derradeira situação, mas não queria ajuda – estava decidido. Preso, ele se localizava no mundo imagético que criou para sí,  justificando a sua desgraça, a sua própria desgraça.

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Este trabalho faz parte de uma série de textos que estou escrevendo enquanto ouço bandas de Black Metal.
Não se trata-se de uma tradução, mas apenas um exercício imaginativo livre.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Det som en gang var (O que era antes)



Inicia-se com a marcha do homem bêbado morto.
Por que ele estava morto? É o que todos perguntavam – mas sabiam.
Por que estava ele envolto da tenebrosa sombra mortal. Todos ali poderiam
responder a questão, não obstante, calaram-se.

Um feitiço havia se alojado na memória de cada homem presente – sim! Haviam
apenas homens e todos eles estavam tristes e rancorosos – trazendo então à memória
todos os gemidos e pedidos de ajuda na noite anterior: Socorro! Ajudem-me! -
alardeava uma voz exortada.

Lembraram de seus filhos e esposas: todos mortos.

Mas desta vez não ousaram sair. Nem ao menos observar, pelas frestas de suas casas
amadeiradas e escuras, o homem que soava desesperado. Apenas um fitava a cena e
este não estava lá por opção. Era o seu caminho aquele. Sim. O seu caminho
ordinário.

Infeliz.

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Este trabalho faz parte de uma série de textos que estou escrevendo enquanto ouço bandas de Black Metal.
Não se trata-se de uma tradução, mas apenas um exercício imaginativo livre.